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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A EXPRESSÃO PRÁTICA DA IGREJA

Primeiramente quero deixar bem claro que quando falo do “terreno”, não falo do fundamento que é Cristo (1 Coríntios 3:11), terreno e fundamento são duas coisas diferentes.

Suponham que tenhamos um lote de terra no qual desejamos construir uma casa. Esse lote é o que chamamos de terreno. É no terreno que o edifício está colocado. É sobre esse lote de terra que o fundamento é lançado e o edifício erigido. Quase todo edifício tem um fundamento e a principal parte desse fundamento está debaixo da terra, debaixo do terreno. Assim, há o terreno e há o fundamento. O terreno é o lugar sobre o qual a casa é edificada e o fundamento é o seu alicerce. São duas coisas separadas, diferentes. A Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios 3:11 diz-nos que Cristo é o único fundamento. Isso significa que Cristo é o alicerce da edificação da igreja. Ele é o Fundamento sobre o qual a igreja é edificada. Todavia, se Cristo é o único fundamento, o que é o terreno para a edificação da igreja? O terreno tem de ser o próprio lugar onde edificamos a igreja com Cristo como o fundamento.

O fundamento é algo mais profundo do que o terreno. Ele é o sustento da igreja, aquilo que a mantém firme. Sem O Fundamento, essa edificação, por mais que esteja no terreno correto, não se manterá em pé, ela ruirá. Mas não devemos nos esquecer do terreno que é algo ordenado pelo próprio Cristo, se temos a visão da “terreno para a edificação da igreja”, e não a praticamos, não pagamos um preço por ela, estamos negligenciando algo da Palavra do próprio Cristo. Conseqüentemente estamos provando não estar com o coração de cumprir a Sua Palavra, somente à ouvindo, vivendo assim no engano (Tiago 1:22).

Para que possa haver a igreja, é necessário atender a dois requisitos básicos. Sem ambos não existe a igreja. São eles: 1) A autoridade do Espírito Santo; 2) O limite da localidade.

1) A autoridade do Espírito Santo.

“Devemos Observar que, onde não há o Espírito Santo, não há igreja” (Watchman Nee).

Se um determinado grupo cristão, não tem o Espírito Santo como autoridade, ali não está a igreja, esse grupo que se diz cristão(mas não obedece ao Espírito Santo) não é a igreja. Durante toda a historia do cristianismo, podemos observar vários grupos cristãos, que não tem o Espírito Santo como autoridade, muitos alteraram coisas da palavra de Deus, ou negligenciaram algo descrito nas Escrituras.

a) O homem não tem autoridade para mudar as Escrituras.

O homem não deve, de maneira nem uma, por motivo nem um, alterar a Palavra do Senhor(Escrituras, Bíblia), nem negligenciar algo que nela esteja escrito. Apocalipse 22:18-19 diz: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.” Creio que o maior problema que os expositores da bíblia (que discutem sobre esse assunto) vêem ao ler estes dois versículos (Apocalipse 22:18-19), seja o fato de João falar que não se pode alterar as “palavras do livro desta profecia”, então muitos dizem que isso se refere somente ao livro de Apocalipse. Mas quando ele fala de profecia, não se refere somente à Apocalipse, pois toda bíblia faz parte da profecia, pois na bíblia quando não se está falando de algo que irá acontecer futuramente, está se falando da maneira como alcançaremos o objetivo de fazer parte da manifestação do reino de Deus quando a profecia se cumprir. Então toda a Bíblia faz parte da profecia.

Temos que seguir o exemplo do apostolo Paulo, em Atos 20:27 ele diz: “porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus”. Veja o exemplo que Paulo está nos dando, jamais deixar de anunciar tudo o que Deus nos fala em Sua Palavra, ou jamais deixar de anunciar toda perfeita e completa vontade de Deus. Watchman Nee certa vez disse: “...a igreja... não pode deixar de declarar toda a perfeita e completa vontade de Deus ”. A partir do momento em que alguém negligencia algo na palavra, ou vê que algo está descrito nas escrituras, automaticamente ele está provando que não está sendo guiado pela autoridade do Espírito Santo. Um cristão que busca seguir a autoridade do Espírito não negligencia, nem altera nada na Palavra do Senhor, mesmo que aquilo “corte” seu “eu natural”, suas vontades e preferenmcias humanas (leia Hebreus 4:12), mesmo que aquelas palavras não sejam se sua própria vontade, mesmo que elas inicialmente não agradem o homem, ele busca seguir a vontade do Senhor, e não aquilo que segundo a sabedoria humana é bom e conveniente.


b) Jesus Cristo o Cabeça da igreja.

Colossenses 1:18 diz: “E ele(Jesus Cristo) é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.” Ao ler Colossenses 1:13-18, percebemos que esse “ele” se refere ao Senhor Jesus. Então Ele é o “cabeça” da igreja, que é o corpo de Cristo (Efésios 1:22-23). Em biologia aprendemos que a cabeça é quem envia comandos para o resto do corpo, para que o corpo se mova de acordo com a vontade da cabeça. Do mesmo jeito ocorre com o corpo de Cristo, a “cabeça” aqui significa autoridade sobre o corpo.



2) O limite da Localidade

Nos nossos dias, principalmente em paises “cristãos”, como o Brasil, convivemos com vários cristãos. Com o passar do tempo surgiram os “tipos” de cristãos, como por exemplo: cristão Batista, cristão Presbiteriano, cristão Metodista, cristão católico, cristão evangélico etc... Cada um pertence à uma denominação diferente, um vai a denominação “x” porque gosta da maneira com a qual o culto é feito, o estilo de hino de louvor a Deus é diferente, numa denominação o hino é mais agitado, na outra mais calmo. Em uma denominação os pastores dão mais atenção as manifestações exteriores do poder do Espírito Santo, como curas divinas, falar em línguas etc. Percebe-se que grande parte dos cristãos são atraídos por suas preferências humanas, por suas necessidades terrenas.

Não estou querendo falar-lhes que seja errado pedir pela cura divina instantânea, ou pelo falar em línguas, creio que esses são dons genuinamente dados pelo nosso Senhor, mas essas divergências entre as nossas preferências não podem servir de limite, ou terreno, para dividir a igreja. Preferências humanas são apenas a ponta do “ice Berg”, existem outras
desculpas que os homens usam para ter algo que motive a divisão da igreja fora dos limites padrões dados por Deus em Sua Palavra.

Existem muitas denominações dentro de uma mesma cidade, e cada uma afirma ser uma “igreja”. Então automaticamente “existem” muitas “igrejas” em uma mesma cidade. Mas agora veremos de acordo com a Bíblia se isso está correto.

Em I Coríntios 1:2 lemos : “à igreja de Deus que está em Corinto...” perceba que o Apostolo Paulo diz “à igreja... em Corinto”(singular) e NÃO “às igrejas... em Corinto”(plural). Corinto era uma cidade, e nessa cidade só existia uma igreja. Temos outros exemplos: em I Tessalonicenses 1:1 diz: “... à igreja dos tessalonicenses...” (singular) e NÃO “... às igrejas dos tessalonicenses...”(plural) como você já sabe tessalonicense é o cidadão da cidade de Tessalônica. Em Apocalipse 2:8 vemos a “...igreja em Esmirna...” e NÃO “igrejas em Esmirna”, Esmirna era uma cidade. Em Apocalipse 3:7 vemos “...igreja em Filadélfia...” e não “igrejas em Filadélfia”, Filadélfia era uma cidade e lá tinha uma igreja.

Os que defendem as denominações certamente usarão trechos onde são mencionadas igrejas (no plural). Por exemplo: em Gálatas 1:2 temos “...às igrejas da Galácia” ( no plural). Mas se você perguntar a um historiador sobre a geografia daquela época, ele dirá que a Galácia, não era uma cidade, mas era uma região, uma província, e dentro dessa região ou província existiam varias cidades ou localidades, e cada uma dessas localidades tinha apenas uma igreja. Outro exemplo é Apocalipse 1:4 onde vemos: “...às sete igrejas que se encontram na Ásia...” aqui temos sete igrejas, mas as sete NÃO estavam concentradas em uma só cidade. As sete estavam na Ásia, a região que João chamou de Ásia, hoje é a região que conhecemos como Ásia Menor. Mas aqui tem um problema ele cita sete igrejas, não apenas uma. Na verdade eram sete igrejas em uma grande região onde estavam 7 cidades, cada cidade tendo apenas uma igreja. Quando ele fala de cada cidade ele cita “a igreja...” (no singular), como “a igreja em Esmirna” e “a igreja em Filadélfia”. Esmirna e Filadélfia eram cidades, e cada uma tinha apenas uma igreja.

Quando a Bíblia fala de uma região, província(que abrange varias cidades), ela cita “igrejas” (no plural), e quando fala de uma cidade ou localidade, ela cita “igreja”(no singular). Por que isso? Porque dentro de uma região existem varias cidades, e entre cada cidade existem grandes limites geográficos, isso mostra que segundo a vontade de Deus, a igreja só pode ser separada, “dividida”, pelos limites geográficos (que existem entre as cidades, ou localidades), ela não pode ser dividida por outro motivo.

Somente tomando a cidade como terreno (exemplo: Igreja em Brasília, nesse caso Brasília é o terreno da igreja, ela é a igreja dos Brasilienses, inclui todos os cristãos da cidade não importando se eles estão na denominação ou não), largando nossos nomes denominacionais (exemplo: igreja Batista, nesse caso Batista é o terreno, ou seja, a doutrina do batismo. Eles só incluem na igreja deles que leva o nome de cristão Batista), é que iremos dar o testemunho da unidade. Todos concordam que a Bíblia fala do aspecto universsal (espiritual) da igreja, mas para que possa haver esse aspecto universal, primeiramente temos que ter o aspecto pratico em cada cidade, como uma igreja em cada cidade, esse é o chamado aspecto local da igreja. Existem trechos na Bíblia que deixam claro o aspecto universal, como uma única igreja em todo o universo, mas essa é a unidade espiritual. Para que possamos ter essa igreja universal temos que limitar a separação da igreja, somente pelos limites da cidade, essa separação se dá somente no aspecto pratico, “dividindo” somente por esses limites geográficos que existem entre as cidades. Esse é o padrão Bíblico para que possa haver a pratica da igreja no seu aspecto local, e existir unidade espiritual entres as igrejas das varias cidades. No seu aspecto pratico a igreja é local, uma em cada cidade. Mas no espiritual ela é uma no universo. Esses dois aspectos estão bem claros na Bíblia.

a) O que é uma Igreja local?

Igreja local não é um nome que se deva dar a igreja, mas é a definição da igreja que toma a localidade como o terreno. Ela está sobre o terreno da localidade, não devemos confundir terreno com fundamento, são duas coisas distintas. Cristo é o nosso fundamento (1 Coríntios 3:11). Mas a em sua expressão pratica a igreja tem um terreno, esse terreno é a localidade ou cidade onde ela está, assim como a Igreja em Jerusalém (Atos 8:1-3), em Jerusalém havia apenas uma igreja, esse é o motivo de ela ser citada no singular (igreja em Jerusalém). Ou como a igreja dos Tessalonicenses (1 Tessalonicenses 1:1). Essas igrejas tinham um terreno, que eram as cidades de Jerusalém e Tessalônica respectivamente. Esse terreno limitava a separação da igreja, tomar a cidade como terreno, é na verdade tomar os limites da cidade como limites da expressão pratica da igreja.

b) A Igreja local é totalmente inclusiva.
Quando você diz que é membro da igreja em sua cidade (igreja em Imperatriz, em Belém, em Dom Elizeu etc...). Você está afirmando que pertence a igreja dos cristãos da sua cidade, ou seja você está incluindo na igreja todos os cristão de sua cidade, não importando se o outro irmão está ou não está nas denominações.Uma igreja local é inclusiva, isto é, inclui TODOS os filhos de Deus que, sem exceção, vivem na localidade onde ela se encontra. Para que alguém pertença a uma igreja em qualquer localidade, é suficiente e imprescindível que viva nesse lugar, e seja uma pessoa regenerada pelo sangue de Jesus. O Novo Testamento desconhece outras formas de argumentos eclesiásticos além do que se constituem nesses limites. Uma igreja para cada localidade é o lema que se pode depreender do ensino da Palavra de Deus.Qualquer limite para divisão da igreja, que não seja a localidade, é e sempre será, estranho àquilo que pode ser encontrado no Novo Testamento, o divinamente legítimo manual da igreja. Qualquer justificativa para as divisões denominacionais só poderá ser encontrada nos próprios argumentos humanos; nunca na Palavra de Deus.

c) Porque tomar a cidade como terreno?

Primeiramente, se estamos falando da expressão prática da igreja (que também é conhecida como “igreja visível”), a igreja tem que ter um terreno visível, prático, que seja “palpável”, nesse caso, uma doutrina não pode servir como limite para a separação da igreja, o limite tem que ser a cidade. O terreno não é uma doutrina, mas a cidade. como ter a assim chama “igreja visível”, se ela não está sobre um “terreno visível”?

A doutrina não é visível, nem totalmente prática, ela pode ser ou não ser cumprida. Mas a cidade não pode ser negligenciada, ela sempre está lá. Então o terreno para a edificação da expressão pratica da igreja é a cidade.

O que quero dizer, com edificar a igreja com a cidade como terreno? Edificar a igreja com a cidade como terreno, não quer dizer que seja construir um único “templo”, ou local de “reuniões da igreja” na cidade. A maioria dos cristãos já tem o conhecimento de que a igreja não são aquelas 4 paredes. Não é uma edificação feita de tijolos, cimento e ferro. Mas na verdade são os cristãos que compões a igreja. Edificar a igreja com a cidade como terreno, é tomar a cidade como limite da separação das igrejas. Quero enfatizar que é incluir todos os cristãos da cidade na igreja. Dando o textemunho de que a igreja é única na cidade. E que em sua expressão prática a única coisa que pode torna-la plural são os limites geográficos que existem entre as cidades, e “comunidades geográficas”.

No Novo testamento, não se encontra o registro de nem uma denominação, como Batista, Assembléia, Metodista etc... Você só encontra a igreja (no singular, indicando haver somente uma em cada cidade) numa determinada cidade.


d) Não Separar por outros motivos que não sejam os limites geográficos.

Quem separa a igreja por outro motivo que não seja esse(os limites geográficos), é carnal e infantil, anda segundo homens e não segundo Deus. Leia 1Coríntios 3:1-4: “EU, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; não é evidente que sois carnais e andais segundo o homem?”

Em 1 Coríntios 3:1-4, Paulo chamou os Coríntios de carnais e infantis, e disse que estavam andando segundo o homem, e não segundo Deus, e como ainda eram como crianças ainda não poderiam suportar uma palavra com maiores revelações (prefigurada pelo alimento sólido). Por que ele disse isso? Porque os Coríntios estavam se dividindo em grupos, um de Paulo e outro de Apolo, eles não estavam se dividindo por causa dos limites geográficos, mas por causa de contendas, por isso eram carnais. Ao dizer que eram de Paulo ou de Apolo demonstraram que andavam segundo homens, andavam segundo suas próprias vontades, e não segundo a vontade de Deus. E homem nem um tem base para fundar uma nova igreja, nos versículos 5, 6 e 7, ele explica que Paulo e Apolo são apenas servos do Senhor, então não pode-se formar outros grupos em nome de Paulo e nem Apolo. Mas por causa de suas contendas e preferências, eles usaram os nomes de Paulo e Apolo para dividir, formar partidos por causa de suas preferências.

Hoje percebemos a mesma coisa no sistema denominacional, eles não se separam por causa dos limites geográficos, mas por causa de contendas, discurções, exaltação de determinada doutrina, ou pela exaltação de determinado homem. Perto de onde eu moro tem um exemplo bem claro, em uma esquina tem uma denominação afirmando ser uma igreja, e logo na outra esquina tem outra. Está bem claro que não estão se separando por causa dos limites geográficos, mas por causa de nomes, contendas, porque uma diz que as irmãs devem obrigatoriamente usar saias, e a outra não, uma diz que se deve guardar o sábado e outra não, uma diz que o batismo tem que ser por emersão, e a outra não liga para a maneira de se batizar, concordo que deva ser por emersão, mas não posso dividir a igreja por causa disso.

e) Não separar por causa de doutrinas.


Essas duas “igrejas” estão se dividindo principalmente pela exaltação de determinada doutrina, como no exemplo do batismo que citei acima. Mas na bíblia, não existe o exemplo de uma igreja que seja estabelecida por causa de uma doutrina, não podemos dizer que determinado irmão não pertence a igreja porque ele não come carne, ou porque não guarda o sábado, ou porque não segue a doutrina do batismo por emersão.

O Senhor nos diz em Sua Palavra que a não podemos excluir uma irmão da igreja porque ele não guarda o sábado, ou não segue a doutrina correta do batismo. Veja em sua bíblia Romanos 14: 1-5. Paulo disse que devemos acolher um irmão mesmo que ele coma somente legumes, mesmo que você não guarde o sábado e ele guarde você deve recebê-lo. Não devemos selecionar os irmãos, não podemos dizer que um irmão não faz parte da igreja porque ele não segue o batismo por emersão. A única pergunta que devemos fazer para saber se um irmão é ou não da igreja NÃO é: “ele guarda o sábado? Ele segue determinada doutrina?”.

A pergunta que devemos fazer para poder acolher alguém na igreja É: “Cristo o acolheu?” Em Romanos 15:7 vemos: “Portanto acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para glória de Deus.” O nosso acolher não se baseia em uma doutrina, mas se baseia no fato de Cristo ter acolhido aquela pessoa.

Mas as denominações separam a igreja por motivos que não são os limites geográficos, só acolhem aqueles que seguem suas regras, que receberam o nome de sua denominação, se você não faz parte da denominação deles, eles dizem que você não faz parte da “igreja deles”(com isso já se percebe que inconscientemente, eles já sabem que existe divisão, na chamada “igreja visível” e também na “invisível”, “espiritual”, falarei sobre a unidade espiritual mais adiante).

Certa vez na escola uma jovem chamada “Maria” estava conversando com outra chamada “Carla” (Maria e Carla são nomes fictícios que criei para não constranger ninguém), ambas eram cristãs e membros de um mesma denominação, as duas falavam sobre uma peça que estava sendo organizada pelo jovens de sua denominação, Carla disse: “ah, o Alisson vai participar da peça”. Mas como eu não pertencia à denominação delas, Maria respondeu: “não, só pode participar quem é da nossa igreja”.

Vamos analisar agora como as denominações dividem pela exaltação de determinada doutrina. Pegando por exemplo a “Igreja Batista, os fundadores dessa denominação, a fundaram porque viram como o batismo era descrito nas escrituras, até ai tudo bem. Mas a questão é que quando você diz: “eu sou da Igreja Batista”, você está incluindo em “sua igreja” apenas aqueles que têm essa visão do batismo, e os outros que não tem essa mesma visão, e não levam o nome de sua denominação, acabam sendo excluídos de “sua igreja”, a mesma coisa acontece com as outras denominações como por exemplo: a “Igreja Presbiteriana” eles dizem que só pertence a igreja deles, quem que segue a visão do governo dos presbíteros na igreja, e quem leva o nome: “cristão presbiteriano”. Isso é extremamente errado de acordo com as escrituras, já mostrei aqui que não podemos selecionar irmão por causa de doutrinas, nem por causa de nome denominacional, mostrei que não se pode dividir a igreja por outros motivos que não sejam os limites geográficos.

Mas quando você diz: “me reúno como a igreja que está em Imperatriz” ou “a igreja em São Paulo” ou “a igreja em Belo Horizonte”, você está afirmando que todos os irmãos que residem em sua cidade fazem parte da expressão da igreja em sua localidade, não importa se um irmão guarda ou não o sábado, ou se ele come carne ou não, você estará afirmando que todos fazem sim parte da igreja em sua cidade. Isso sim é unidade.

Mas existem aqueles que defendem as denominações, dizendo: “ah, eu sou da igreja Batista, e meu irmão é da igreja Metodista. Mas mesmo assim somos um em espírito, temos a unidade espiritual”.

A alguns estudiosos afirmam que, hoje temos uma “igreja visível” e uma “invisível”.
Segundo eles a “visível”, é a denominação, cada denominação é uma “igreja visível”, pratica. E a “invisível”, ou espiritual, é formada pelas muitas denominações, afirma-se que existe uma unidade espiritual entre as muitas “igreja visíveis”(denominações). Mas e de acordo com a Bíblia? Essa unidade espiritual entre as denominações realmente existe?

Vejamos agora Mateus 16:19: “E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” Ele disse que daria à igreja, as “chaves”, e o que for desligado (pela igreja) na terra terá sido desligado nos céus. Ou seja a partir do momento que alguém quebra a unidade pratica em uma cidade, dividindo por meio de nomes denominacionais, divergências preferenciais, a unidade espiritual também terá sido quebrada, pois a expressão pratica (a expressão na terra, visível) foi quebrada pelos membros da igreja, ou seja a culpa da separação está sobre os irmãos, se a culpa está sobre os membros então a igreja usou a chave para desligar, se ela desligou na terra(na expressão visível, prática), a unidade espiritual também foi desligada nos céus. Então esse conceito de unidade espiritual entre as denominações está totalmente errado. Mas no caso de uma região onde existem muitas cidades, e as cidades são separadas pelos limites geográficos, nesse caso a culpa da separação da igreja não está sobre os membros, mas sim sobre os limites geográficos.

Vamos tomar o exemplo da igreja em Imperatriz e a igreja em São Paulo, cada uma está em uma cidade diferente. Mas não estão separando por doutrinas, por nomes, mas estão separadas somente pelos limites geográficos, a culpa da separação não está sobre os membros da igreja, então a igreja não usou a “chave” para desligar. Pois quem está separando aqui não são homens, ou membros da igreja, mas os limites geográficos, então entre a igreja em Imperatriz e a igreja em São Paulo existe a unidade espiritual.

3) Quando Seguimos o Verdadeiro Caminho da Unidade Crescemos em Vida.

Na atual confusão do sistema divisivo, os membros das denominações tem toda a liberdade para formar uma nova “igreja”. Quando um pastor, ou qualquer outro membro de uma determinada denominação, expressam uma vontade, opinião ou preferência, e outro irmão tem algo oposto, ali surgirá uma contenda. Por causa dessa situação eles se sentem livres para se separar, estabelecer uma nova “igreja”. Quando surge algum problema, eles abrem uma “porta de fuga”, que é a divisão.

Efésios 4:1-3 diz-nos: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, como toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;”. Veja que aqui Paulo nos roga, para que preservemos a unidade a todo custo, ele diz: “...suportando-vos...”, suportar quer dizer que é algo que não será fácil, teremos dificuldades, atrito, manifestações de preferências humanas de alguns irmão (na verdade todos, porque precisão muito ser tratados pelo Senhor), essa manifestação devem ser evitadas, mas quando elas vierem NÃO devem servir de desculpa para nos dividir.

Pedro em suas epístolas, fala muito do sofrimento que enfrentamos em nossa vida cristã. Esses sofrimentos são prefigurados pelo fogo, esse fogo vem para nos provar, nos purificar, assim como o outro e purificado, com o auxilio das altas temperaturas (1 Pedro 1: 6-7), quando essas provações vem não devemos desanimar, devemos exultar, glorificar a Deus, se sofremos por causa da justiça de Deus, se sofremos porque somos cristãos não devemos nos envergonhar disso (1 Pedro 4: 12-16).

1ª Pedro 4:12 diz: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo;”. Na bíblia percebemos dois aspectos do “fogo”, o fogo da manifestação de Deus em nossa alegria e paz, e o fogo da provação, as dificuldades, aquilo que Deus nos envia para nos purificar. Nesse caso vemos a provação, ele diz: “não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós”, esse fogo não surge somente para o nosso aperfeiçoamento individual, mas também coletivo, é o aperfeiçoamento dos membros da igreja. “Surge no meio de vós”, ou seja no meio cristão, entre os irmãos, virão dificuldades entre nós, alguém irá nos desagradar. Essa provação, essa dificuldade, não deve servir de desculpa para a divisão, ela está destinada à provar-nos, a nos aperfeiçoar. Ela vem para aprendermos uma lição, para crescermos em vida. Mas se toda vez que vier uma situação como essa, você abrir a “porta de fuga”, você nunca aprenderá a lição, nunca será aperfeiçoado.

É isso o que ocorre na atual confusão, quando surge o fogo da provação entre determinados irmãos, eles logo usam como desculpa para se dividir, para cada um formar sua denominação. Assim eles nunca crescerão em vida. Que situação lamentável!

Esse é um dos principais erros das denominações, quando você forma sua denominação porque não está convivendo bem com determinado irmão, você está fugindo do aperfeiçoamento. Mas quando você larga o sistema denominacional, largando assim a divisão, e se posicionando como a igreja de sua cidade, sem nome denominacional, e se realmente buscar na palavra do Senhor a unidade, perceberam que nunca você sentirá liberdade para formar sua divisão.

4) Reunir-se Somente em nome do Senhor

Mateus 18:20 diz: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” Ele disse que onde estiverem reunidos dois ou mais em nome Dele (Senhor Jesus), Ele lá estaria, ai temos a reunião da igreja, não precisamos de nomes denominacionais, apenas do nome do Senhor Jesus.

Mas dizer que só precisamos do nome do Senhor Jesus Cristo, não quer dizer que temos que temos que criar uma denominação com o nome de “Igreja de Jesus Cristo” ou “Igreja de Cristo”. Se você fizer isso, ainda irá estar dividindo, pois estará criando uma denominação, o nome da igreja deve denunciar o terreno que ela usa para limitar o acolhimento dos irmãos, que é a cidade. Temos que tomar cuidado para não usarmos o nome de Cristo para dividir, dizendo eu sou da “igreja de Cristo” ou “eu sou de Cristo” como se o irmão que está em uma denominação não fosse de Cristo, eles também são de Cristo, são nossos irmãos.

Em 1 Coríntios 1: 10, 12-13 diz: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós divisões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer... Refiro-me ao fato de que cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Acaso, Cristo está dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?”. Veja bem, dizer que você é de Cristo é algo positivo, mas dizer que é de Cristo, como desculpa para dividir, falar no sentido de que você pertence Cristo e o outro cristão não pertence é errado, e é pecado.

a) Devemos nos identificar somente como cristãos.

Se você perguntar à um membro da “igreja Batista” que tipo de cristão ele é ele irá responder: “eu sou um cristão Batista”. Se perguntar à um membro da Presbiteriana ele era dizer: “sou um cristão presbiteriano”, se perguntar à um da Igreja Luterana: “cristão luterano”. Ou seja, eles levam outro nome além do nome de Cristo.

Certa vez o irmão Watchman Nee encontrou em um trem com um outro irmão. Os dois estavam tendo uma boa comunhão, quando aquele cristão perguntou ao irmão W. Nee: “que tipo de cristão você é?” a resposta foi: “sou apenas um homem que é cristão.” Mas aquele homem reagiu da seguinte forma: “mas como, não existe tal cristão no mundo, dizer que é apenas um cristão não quer dizer nada”, Nee respondeu que o único nome que ele leva era o de cristão, não levava outro nome alem do nome de Cristo. Agora eu pergunto, o nome de Cristo não é nada? Se não levarmos o nome de uma denominação junto ao nome de Cristo (exemplos: cristão Batista, cristão Luterano, cristão Prebiteriano, cristão Católico), o nome de Cristo não terá valor?

Devemos nos reunir em nome do Senhor Jesus, mas não devemos usar o nome de Cristo para criar uma denominação. Reunir-se em nome de Cristo, quer dizer que você não leva outro nome além do nome de Cristo, não leva outro nome além do nome de cristão, veja que o batista, o presbiteriano, o luterano e todos os outros são cristãos, mas eles levam outro nome alem do nome de Cristo, quando você leva apenas o nome de cristão, você está incluindo todos os cristãos.

Whitefield disse: “Seja todos os outros nomes abandonados; seja somente o nome de Cristo exaltado”

Se você abandonar o nome denominacional, e passar a se reunir como a igreja em sua cidade (assim como a igreja em Corinto, a igreja em Filadélfia, a igreja dos tessalonicenses), estará no caminho certo para expressar a unidade da igreja. Se você mora em São Paulo, se reúna como a igreja em São Paulo, se você mora em imperatriz, se reúna como a igreja em imperatriz, se você mora em Brasília procure os irmãos que se reúnem como a igreja em Brasília, ela é a igreja dos brasilienses. Quando você se posiciona como a igreja em Brasília, ou qualquer outra cidade, sem adotar nem um outro nome, sem levar nomes denominacionais, você está incluindo na igreja todos os cristãos daquela cidade, não está selecionando. Pois quando diz que faz parte da igreja em Brasília, você está dizendo que faz parte da igreja dos brasilienses, a igreja dos que moram em Brasília, ou seja todo cristão que mora em Brasília está sendo incluído na igreja, não importa se ele guarda o sábado ou não, se ele crê no batismo por emersão ou aspersão. Todos estão sendo incluídos.

Não podem existir duas unidades praticas da igreja em uma cidade, se em Brasília já existe uma igreja em Brasília, você deve se reunir com os irmãos que se posicionam como a igreja em Brasília, pois não podem existir duas igrejas em Brasília, assim como em Corinto não existiam duas igrejas, não basta largar a denominação, temos que procurar em nossa cidade se já existem irmãos que largaram as denominações, e estão se reunindo como a igreja na cidade. Se esses irmãos ainda não existirem em sua cidade então você poderá começar como a igreja na sua cidade, sem nome denominacional(como Batista, Presbiteriana, Luterana, Católica etc...), apenas com o nome da cidade indicando o “terreno”.

Hoje em muitas localidades por todo o mundo o Senhor tem levantado cristãos que dão esse testemunho da unidade da igreja sobre terreno da localidade. No Brasil são “incontáveis” as cidades que já tem esse testemunho. Cidades como Imperatriz - MA, São Luiz - MA, Bacabal – MA, Dom Elizeu – PA, Castanhal – PA, Belém – PA, Palmas – TO, São Paulo – SP, Sumaré – SP, Rio de Janeiro – RJ, Goiânia – GO, Brasília – DF, Fortaleza – CE, Salvador – BA, são uma pequena parte das cidades que já possuem esse testemunho no Brasil, Como a “igreja em determinada localidade”(Ex: Igreja em Imperatriz).

Muitos dizem que hoje é impossível ter a unidade da igreja, que é algo para o futuro, mas temos que ver que a igreja não é algo pro futuro, não é algo para quando o Senhor voltar, mas é algo para hoje. Veja Efésios 3:10 : “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,” ele deixou bem claro que é agora. Mesmo que existam denominações, o Senhor já sabia que existiriam divisões nos dias de hoje, se Ele não soubesse não nos teria alertado sobre isso. Se Ele nos alertou, e sabia que existiria é porque Ele sabe que existe um caminho para a unidade, e este caminho está descrito nas Escrituras, não podemos negligenciar nada do que foi escrito na Bíblia, a partir do momento em que você negligencia algo, tira algo, ou deixa acreditar em algo nela escrito, você está provando que não é um cristão que tem o Espírito Santo de Deus como sua autoridade.

Jesus é o Senhor!


Autor: Alisson Lopes Costa.



Você quer saber mais?
Então ai vai um dica de leitura sobre esse assunto:
“Palestras Adicionais Sobre a vida da Igreja”- Watcman Nee, Editora Arvore da Vida (cap 1, 2, 3 e 4)
“A Ortodoxia da Igreja”- Watcman Nee, Editora Arvore da Vida (cap. 7)
“A Expressão Pratica da Igreja”- Witness Lee, Editora Arvore da Vida (Cap. 6)

  

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